8 de jan. de 2010

Offline

"Puta que paril, alguém desliga esse Sol."

Mas ninguém atendeu seu pedido e ele foi expulso da cama.

Ele se arrasta lentamente até a cozinha. 10:30 no microondas. Café da manhã pronto, jornal lido. 11:40 no microondas.

Computador ligado, preparado para checar seus e-mails. Cilca no Explorer e... nada. Ele atualiza. Nada. "Pelo menos a Lan é aqui perto".

Mas lá também não tinha sinal.

Nem no vizinho.

Nem no cyber café.

E ninguém sabia explicar porque.

No dia seguinte, todos os jornais(menos o Meia Hora, que para variar tinha uma mulher semi pelada na capa) falavam da misteriosa abdução da internet, do colapso das empresas pontocom e do penteado novo da Vera Fischer.

Teorias de conspiração pipocavam aqui e ali, não que as pessoas soubessem de todas, pois não havia um meio eficiente de propagação.

O caos se instaurou.

Nas ruas, era comum ouvir que os maias tinham antecipado o Fim do Mundo.

Nas igrejas e sinagogas, era um sinal do Apocalipse.

Nas lojas de eletrônicos, era ótimo, pois nunca se vendera tanto fax.

Era enorme a busca pelos pergaminhos dos Neanderthais do Séc. XX, que sobreviviam sem Internet.

Nunca as avós foram tão procuradas.

E ele acordou banhado em suor.

E correu para o PC.

A Internet ainda estava lá.

"Não existe vida offline".

E voltou a dormir.

Um comentário: