Mas ninguém atendeu seu pedido e ele foi expulso da cama.
Ele se arrasta lentamente até a cozinha. 10:30 no microondas. Café da manhã pronto, jornal lido. 11:40 no microondas.
Computador ligado, preparado para checar seus e-mails. Cilca no Explorer e... nada. Ele atualiza. Nada. "Pelo menos a Lan é aqui perto".
Mas lá também não tinha sinal.
Nem no vizinho.
Nem no cyber café.
E ninguém sabia explicar porque.
No dia seguinte, todos os jornais(menos o Meia Hora, que para variar tinha uma mulher semi pelada na capa) falavam da misteriosa abdução da internet, do colapso das empresas pontocom e do penteado novo da Vera Fischer.
Teorias de conspiração pipocavam aqui e ali, não que as pessoas soubessem de todas, pois não havia um meio eficiente de propagação.
O caos se instaurou.
Nas ruas, era comum ouvir que os maias tinham antecipado o Fim do Mundo.
Nas igrejas e sinagogas, era um sinal do Apocalipse.
Nas lojas de eletrônicos, era ótimo, pois nunca se vendera tanto fax.
Era enorme a busca pelos pergaminhos dos Neanderthais do Séc. XX, que sobreviviam sem Internet.
Nunca as avós foram tão procuradas.
E ele acordou banhado em suor.
E correu para o PC.
A Internet ainda estava lá.
"Não existe vida offline".
E voltou a dormir.
Muito bom, Capitão!
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