29 de jan. de 2011

C.M. Nightingale

Colt Nightingale. Não se espante se você ainda não conhece o nome. Trata-se de um romance policial que eu estou escrevendo com o Alcidess, do Pcep.

Você deve estar imaginando que não é o tipo de coisa que eu faria. Realmente, eu não faria em circunstâncias normais. Mas a idéia dele foi simplesemente muito boa para deixar passar. Funciona assim: eu escrevo um capítulo e ele escreve outro, mas a gente não conversa entre si e nenhum dos dois sabe o que o outro planeja. Ou seja: caos total.

Caso você esteja interessado, o link é esse: http://cmnightingale.wordpress.com/

Caso você não esteja interessado, o link continua o mesmo, porque ninguém liga para você.

Por enquanto é só.

27 de jan. de 2011

Encaixotado

Alguma vez eu li ou vi em algum lugar que a civilização humana podia ser descrita como uma civilização de caixas. Moramos em caixas, todos os dias de manhã pegamos uma caixa que se move para passarmos o dia inteiro em outra caixa e depois voltarmos, via caixa ambulante, para nossa caixa-moradia e ficarmos sentados em frente a uma caixa.

Poderíamos atualizar essa frase dizendo que hoje em dia mais e mais pessoas passam os dias em frente a um conjunto de duas caixas e através delas eles visitam as caixas de outras pessoas de todo o mundo, mas isso seria desnecessário. Não só porque a frase original já está boa desse jeito, mas principalmente porque isso não afeta o texto diretamente.

Na verdade, todo esse papo de caixas não afeta tanto o texto quanto se poderia supor. Estou aqui falando (ou escrevendo) sobre outro tipo de caixa, que igualmente afeta as pessoas. Porque, não obstante morar em caixas, a maior parte das pessoas se tranca em sua própria caixa individual. Melhor dizendo, essa "caixa" é uma proteção que a maior parte das pessoas ergue sobre si própria.

E como funciona essa "caixa"? É simples. A maior parte das pessoas se limita ao que eu chamo de caixa. É como uma barreira imaginária. Dentro está todo o seu universo conhecido. Tudo que é bom e amistoso está nessa "caixa". Do lado de fora está o que supostamente nos faz mal, o desconhecido.

A caixa tem, portanto, a função de proteger a gente do que consideramos ameaçador. É como as muralhas de um feudo mediaval. Ela determina o bom e o ruim, o que é nocivo e o que nos faz bem.

Por questões de prudência, as pessoas raramente fazem algo que desafie os limites da caixa. O que explica, por exemplo, o apego às origens e outras coisas, a dificuldade que as pessoas tem de se lançar em novas experiências e a facilidade com que ficamos paranoícos.

Não há necessidade de censurar as pessoas por criarem estas barreiras ao redor da mente. É um instinto mais que útil, principalmente se formos considerar que o Mundo ainda é um lugar selvagem, por mais que insistamos no contrário.

Na verdade, o problema existe quando se leva a caixa às últimas conseqüências e o medo do desconhecido nos impede de cruzar os limites da caixa. Quando isso ocorre, perdemos uma das marcas do ser humano, que é a capacidade de experimentar e descobrir coisas novas. Nos tornamos reféns da caixa. Ao invés de proteger, ela passa a limitar as pessoas. E as pessoas começam a ficar paranoícas. Começam a acreditar em qualquer coisa e a desconfiar de tudo que está do "lado de lá". E, sem antes averiguar, tomam como verdade absoluta tudo que a "caixa" determina.

No fim das contas, é o que mais se vê por aí: pessoas presas aos seus antepassados, aos seus costumes antigos e aos seus temores mais imbecis. São pessoas que não conseguem deixar o passado para trás e se acomodam no mundo da sua infância. Pessoas que conservam manias em menor e maior grau e que, em último caso são engolidas junto com o passado que jamais conseguem deixar de lado.

São pessoas que se isolam do mundo e vivem em seu próprio faz de conta. Pessoas que esperam que o mundo se adapte a elas e não o contrário. Pessoas facilmente qualificaveís como malucas ou paranoícas.

Prevenção é sempre importante. Após algumas experiências ruins, é natural que se evite a causa do problema. O que é prefeitamente irracional e, por incrível que pareça, normal, é que as pessoas inventem experiências ruins como desculpa para fazer valer os limites que impôs.

Afinal, não terá valido a pena viver se no final das contas você nunca quebrou a cara terrivelmente. A vida como ser humano não vale a pena se você no final dos seus dias perceber que nunca se questionou, nunca duvidou de si mesmo, do que estava fazendo ou do que era a vida. Mas isso não se faz sentado de dentro da caixa.

24 de jan. de 2011

Corrupção: Transformando o crime em oportunidade

Ano novo, governo novo, vida que segue, tudo continua na mesma, até os corruptos são os mesmos, com exceção talvez de uma ou duas caras novas que lutam para sobreviver neste mundo selvagem que é o Congresso.

Mas o que fazer para acabar com esse crime nefasto que assola o nosso país do Oiapoque ao Chuí? Não se desesperem meus caros leitores, pois eu, após muito filosofar sobre o tema, trago aqui a solução definitiva para o crime de corrupção no Brasil. Preste atenção Dilma, porque se você seguir a risca esta cartilha, em pouco tempo eliminará a corrupção do nosso país e certamente entrará para a História da nação.

O primeiro passo é o mais óbvio e lógico. Descriminalizar a corrupção. Se não é crime, não pode ser considerado fora da lei, portanto não é mais passível de punição. E ainda por cima abre caminho para uma exploração mais diversificada dos lucros da corrupção. Além do mais, estaremos valorizando algo em que somos bons! Imagine só o orgulho de dizer que vêm de um país em que a corrupção é o hobby nacional. Seremos vistos como inovadores ao redor do globo e passaremos a ocupar uma posição deveras vanguardista quando o assunto é corrupção, tal como a Holanda quando o assunto são drogas. Imagine cidades inteiras crescendo com os investimentos gerados por essa (futuramente) legitíma atividade comercial! Imagine o orgulho de entrar em uma cidade e ver o letreiro: "Cidadepólis" capital mundial da corrupção. Como isso fará bem ao tão mal tratado ego do brasileiro. E isso é apenas o começo

 Pensem comigo caros leitores: toda a atividade legalizada arrecada impostos. E é exatamente essa a parte mais genial do plano: Imagine quanto dinheiro não será arrecadado para os cofres públicos através de impostos cobrados dos corruptos! Quanto mais corriqueiros os escândalos forem se tornando melhor, pois a arrecadação de impostos subiria sem a necessidade de sobrecarregar outros setores, beneficiando o país todo em todas as esferas. Por exemplo, imagine quanto o Maranhão iria lucrar com o Sarney se o ICMS fosse cobrado no Estado de origem? Ou ainda, como seria prático ter a nota fiscal de um deputado comprado à mão para o caso de ter um defeito? E, maravilha das maravilhas, isso permitiria reduzir as taxas de outros setores sem reduzir o padrão de vida dos "marajás".

E, conforme a situação fosse ficando mais sofisticada, poderia até ser criado um Ministério da Corrupção. E este teria a vantagem de poder ser ocupado por praticamente qualquer nome de qualquer partido, pois o que não falta são especialistas e técnicos. E falando em especialistas e técnicos, porque não uma estatal? A "Corruptobrás" poderia, em pouco tempo, se tornar o maior centro de emprego para parentes no Mundo! E com pesado investimento em tecnologia e pesquisa avançada da corrupção, somado ao nosso "know-how" e natural inclinação à malandragem, em pouco tempo seriamos uma super-potência na exportação de "tecnologia da corrupção" e líder deste segmento comercial que só fara crescer conforme outros países se juntem a revolução!

Como podem ver, o sistema é auto-suficiente! Não tem como errar! É só "liberar geral" e deixar as coisas irem acontecendo para ver como o Brasil iria disparar.

Para o Brasil entrar em uma era de prosperidade nunca antes vista basta apenas um pouco de bom senso e vontade de fazer o óbvio. Não podemos mas ficar sentados esperando o bonde da História passar. A hora é agora.