1 de ago. de 2012

Existem certas coisas que o dinheiro não compra. Márcio Thomaz Bastos acaba de descobrir isso da pior maneira possível.

Há alguns meses atrás ele foi contratado por fabulosos 15 milhões de reais para defender o notório contraventor Carlinhos Cachoeira. Na época, houve grande estranhamento e o criminalista mais caro do Brasil, e provavelmente do mundo, viu-se coberto de críticas por todos os lados.

Afinal, não pegava bem para um ex-ministro da Justiça defender um contraventor cujas primeiras acusações, inclusive, datam de seu mandato no Ministério. Aposto como não fui o único que se questionou acerca da idoneidade das relações entre defensor e acusado. Até o presente momento nada nas investigações confirma estas suspeitas e minha língua está devidamente queimada.

Mas todo o resto está ruindo. A começar pela reputação de melhor criminalista do Brasil. Afinal, ele não conseguiu passar um único habeas corpus em favor de seu cliente nestes cinco meses! Em que pese a dificuldade do caso, é uma marca expressiva para o advogado que é (era) considerado o melhor criminalista brasileiro.

Márcio Thomaz Bastos afirmou estar impelido pelo desafio que seria defender Cachoeira. Não estava. Sua maior motivação, como já parecia óbvio naquela época, foi financeira. Mas o seu principal prejuízo não foram os 10 milhões de reais que ele deixará de receber, mas sim a marca indelével que o caso Cachoeira deixa em sua carreira.

Você contrataria um advogado caríssimo sabendo que ele abandonou seu último cliente à sorte? Eu não.

Em tempo: do jeito que o caso Cachoeira tem deixado um rastro de sangue em Goiás, toda a cautela do Mundo é recomendada ao ex-ministro.




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