1 de ago. de 2013

Até que a morte os separe

Tudo nasce, cresce, se reproduz e morre. É o chamado ciclo da vida. Vale pra tudo. Tudo mesmo. Do cão abandonado na rua àquela pizza que você pediu as três da manhã. Infelizmente a pizza não vai se reproduzir mas o espírito é esse: surgir e desaparecer.

Da mesma forma, já está mais do que na hora do PT dar um sumiço nessa aliança com o PMDB. Os efeitos sentidos já são mais do que negativos. Aqui no Rio, por exemplo, Dilma vem surfando na onda de popularidade negativa do Cabral e caindo vertiginosamente nas pesquisas. O que não é muito legal, considerando que o Estado é o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil. 

Não é de hoje que Dilma sofre nas mãos do partido, que mais parece da oposição do que qualquer coisa. Mas os entraves colocados pelo partido, em seu voraz apetite por cargos, vão se intensificando com o passar do tempo. Vide Eduardo Cunha que, cumprindo o que prometia, causou mais transtornos à presidência ao propor uma PEC que reduz para 20 o número máximo de ministérios. Adiantando: sou contra, não pelo teor da proposta, mas pelo fato de considerar essa uma decisão administrativa que cabe somente ao Poder Executivo.

O horizonte petista para 2014, que até dois meses atrás prometia ser tranquilo, se torna cada vez mais negro, conforme se aproximam as nuvens da tempestade e se ouve, de longe, o ecoar dos trovões.

O momento requer, acima de tudo, coragem para abraçar a loucura. O país, dizem, se tornará ingovernável, sem o PMDB. Ingovernável é o país hoje, com Dilma tendo que considerar todas as necessidades de seu voraz "aliado" antes de tomar a menor decisão sobre os rumos da nação.

O PT precisa tomar a iniciativa de romper com o PMDB. Tomar o pé na bunda apenas fragilizaria sua situação mais ainda. Afinal, qual governo gostaria de ser marcado como "aquele do qual até o PMDB fugiu". Sem contar que, para satisfazer seu projeto de política, os pemedebistas certamente se jogariam nos braços do PSB de Eduardo Campos, o que tornaria a situação do PT em 2014 praticamente insustentável.

A solução, ao meu ver, está mesmo no governador de Pernambuco. O PT precisa romper com o PMDB, expulsar os membros dos partidos de seus cargos e buscar Campos. Hoje, ele é o político mais promissor do Brasil, o único que manteve estável sua popularidade após as manifestações, além de ter uma sólida base de apoio no Nordeste. 

Ao dar maior espaço ao PSB, o PT ganha um aliado confiável no Congresso, além de um apoio mais forte em 2014. 

É possível, ainda, estudar a possibilidade de se entregar a cabeça da chapa a Campos, com o PT indicando um vice presidente. Os petistas foram os que mais tiveram a imagem arranhada nos últimos meses, sofrendo horrores com os ataques da mídia tradicional. Talvez um tempo fora dos holofotes seja até bom para o partido retomar o fôlego neste momento.

A única coisa impossível é manter a situação atual, sob risco de morte do próprio PT.

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