Ele acordou e pegou o jornal.
Para variar, estupros, sequestros, tiroteios(sem contar aquele que o acrodara no meio da noite), guerra de gangues, guerra de traficantes. As mesmas histórias tristes e os mesmos finais sem graça.
A coisa estava tão feia que até no caderno de esportes tinham notícias de guerra.
No ônibus, não se falava em outra coisa que não o tiroteio que não deixou ninguém dormir.
Assim como durante o dia, no trabalho.
O Rio respira e vive violência.
Já tarde da noite, salta do ônibus. Deus sabe como as ruas do Grajaú ficam desertas a essa hora.
De repente, o som de passos e uma figura sombria atraem sua atenção.
Ele aperta o passo.
O assaltante(sim, a essa hora ele já tinha se convencido que seria vitima de um assalto) também.
Ele muda de direção, faz caminhos tortuosos, mas a sombra insistia em segui-lo.
Já assustado, sentindo o peso da violência e com medo de sair no jornal como um obituário, ele começa a correr.
De repente, um grito ecoa pelas ruas escuras:
-Por favor, não me deixa sozinho aqui! Eu tô com medo também.
Obs:Bom agora que todo mundo já leu, eu tenho uma confissão.
Essa história é veridica e aconteceu com o tio de um amigo meu.
Como ele não deve querer ter o nome associado a esse blog, eu decidi manter o Godinho no anonimato.
Valeu cara.
...
Há 11 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário