30 de jul. de 2011

Arquivo morto-vivo (ou na falta de um título decente)

Nesses últimos dias eu tenho me dedicado a um exercício muito comum à escritores de toda a sorte, que em geral o realizam com certa frequência.

Não, eu não estava fazendo nenhum exame médico para verificar se eu estava com tuberculose. Nem estava bebendo meio copo de uísque sentado sozinho numa mesa isolada num barzinho à meia luz. E eu também não tentei me matar (eu lá sei que tipo de escritor o amigo leitor costuma frequentar).

Eu estava relendo meus textos antigos. Muito divertido hein você deve estar pensando. Se é isso que os escritores fazem no tempo livre, o que será que eles fazem quando estão trabalhando. Porrannn.

Mas não é. Mais que excesso de tempo livre, reler seus textos é um exercício. De paciência principalmente, uma vez que você já sabe o final de todos eles.

Mas também se aprende. É claro que o quanto se aprende depende do escritor e do seu senso do ridículo de autocrítica. Escrever é um processo de aprimoramento constante. Você dá uma ajeitadinha aqui, uma mexidinha aqui e pronto: continua uma merda, mas é uma merda autêntica!

É uma experiência única poder reler seus textos. Recomendo à todos que escrevem que o façam, e aos que não escrevem, que comecem a escrever agora para, daqui a um ano, poderem reler o que começaram a escrever.

Reler os textos escritos é testemunhar o seu crescimento e amadurecimento. Cada vez que eu vejo um texto meu escrito ano passado eu penso: que merda, não acredito que eu achava isso bom. É palpável a minha insegurança, por exemplo, ao navegar e tentar fazer malabarismos com as palavras.

Aliás, se antes eu não entendia o que queriam dizer com: seus textos precisam de mais segurança, agora eu entendo e acho que segurança fica até um pouco vago para defini-lo. Me parece, hoje em dia, que o que me faltava naquela época eram a familiaridade, a malícia e a experiência que só se ganha com o tempo.

Você pode argumentar, caro leitor, que me faltava qualidade literária. Mas isso falta até hoje.  E não aparece nem com reza braba.

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