3 de set. de 2012

Num piscar de olhos

Eu queria saber como os atletas paralímpicos brasileiros conseguem medalhas. Aliás, como eles conseguem sequer os índices para serem aceitos na competição. Afinal, já é do conhecimento de todos que o esporte no Brasil, exceção feita ao futebol, é algo relegado a segundo plano em nosso país. E como se o descaso não fosse o suficiente, eles ainda tem que encarar, digamos, obstáculos extras. Pernas, por exemplo.


Conheça Alan Fonteles. O que ele fez para merecer uma imagem gigante no meio desse post? Ganhou uma medalha. De ouro. Nos 200 metros rasos. Competindo contra Oscar Pistorius. Sim, a lenda. O Bolt das Paralimpíadas. O primeiro paralímpico a competir em uma Olimpíada. Atropelado pelo rapaz que corria com próteses de madeira na infância. 

Quando eu digo atropelado, não é uma forma de me expressar. Tal qual um BRT humano, Fonteles imprimiu uma aceleração sobrenatural e passou com facilidade por Pistorius e mais uns dois ou três competidores no seu caminho para uma incontestável vitória. 

Mas o que mais me chamou a atenção foi a cena que seguinte. Após cruzar a linha de chegada, o novo campeão renunciou as dancinhas de praxe e foi comprimentar, um por um, seus concorrentes. Inclusive Pistorius, ganhador da medalha de prata, que havia posto em questão a capacidade do atleta brasileiro.

Ato que mostra a elegância e sobretudo a humildade de um homem que trabalhou duro para chegar ao topo e que, não somente reconhece o valor de seu esforço, como também reconhece o esforço dos que foram derrotados.

A ele, todos os elogios serão poucos. Alan hoje é uma lenda, mesmo que rejeite este rótulo. É um grande exemplo de superação, de garra e de tantos outros adjetivos que, de tão escassos, já viraram lugar comum. 

Alan é um campeão nato. E merece todas as congratulações possíveis

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