Não estou falando de Napoleão, mas sim de José Serra. Tal qual o baixinho após Waterloo, o careca mais odiado do Brasil deve estar olhando até agora para a foto do Haddad e pensando "onde foi que eu errei?"
Antes de prosseguir com esta reflexão, eu queria fazer uma rápida observação: a nação da qual Serra era a principal esperança não era, felizmente, o Brasil como um todo, mas sim aquela parcela da população que parece alérgica a qualquer tipo de medida de redução da desigualdade social, que anda pela rua gritando Impostos! Impostos! e que xinga seus inimigos de coisas horríveis como esquerdistas, comunistas e petralhas.
Enfim, tendo feito essas considerações, acho que já posso responder a pergunta do ilustre aposentado: Serra, você errou em tudo.
E ao fim de uma campanha vexatória baseada em difamação, recebeu o que mereceu: uma derrota sonora nas urnas.
Toda a sua carreira foi uma preparação para esta apoteose as avessas: Serra, o grande e temido Serra, invicto em São Paulo, sendo destronado pelo seu arqui-rival Lula e, de quebra, entregando o grande bastião tucano aos petistas.
No fim das contas, a derrota do Serra foi melhor para todo mundo. O PSDB, livre da nefasta influência de Nosferatu, se vê livre para repensar seu modelo de oposição e deixar, quem sabe, de ser o clube de amigos da imprensa e passar a se comportar de fato como um partido político expressivo. O PT ganha a maior cidade do Brasil e o Haddad a chance de provar que é mais que um rostinho bonito (até porque ele é feio) e que pode ser sim competente e que o ENEM foi um pequeno acidente. Ou seis pequenos acidentes.
Mas os principais ganhadores fomos nós, brasileiros, que estamos vendo o fim de um dos piores políticos da nossa História. Ainda faltam muitos Malufs e Sarneys por aí, mas aos poucos vai desaparecendo o que há de pior em matéria de política nesse país.
Só espero que esta nova geração seja melhor que a anterior.
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