"Say what again mother fucker" |
Para dar prosseguimento ao texto, é necessário lembrar que o racismo está intrinsecamente ligado ao conceito de normatividade. A partir do momento que determinado padrão estético é considerado como o normal, os demais passam a ficar restritos àquela estranha zona cinzenta do "outro", o que explica, inclusive, porque os japoneses sempre desenham personagens ocidentais (spoiler alert: eles não desenham).
Na nossa sociedade, o padrão normativo estabelecido é o homem, branco e heterossexual. Todos os que não se encaixam neste "tipo ideal" são postos para debaixo da sarjeta e sofrem, em algum grau, com o preconceito e limitações impostas pela sociedade em virtude desta sua condição.
O que nos leva a pergunta do título. Não darei a insossa e esperada resposta objetiva, até porque a graça dela é justamente a reflexão que ela nos propõe. O autor da pergunta, obviamente, viu o negro como o papel marcante na carreira Samuel L. Jackson justamente porque ele não está inserido no padrão normativo na nossa sociedade.
A cor negra se destaca tanto no espectro social brasileiro que, aos olhos de meu interlocutor, se torna um fator bom o bastante para definir a carreira inteira de Samuel L. Jackson - ainda que, a meu ver, o adjetivo mais preciso para descreve-lo seja "fodão".
Isso é racismo. Racista não é só o cara que é contra casamentos entre brancos e negros, o skinhead que espanca índios na rua ou aquele seu amigo que anda com capuz branco e tocha na mão de noite. Racistas somos todos nós - sim, eu e você inclusos, meu caro leitor - que interiorizamos e perpetuamos esse sistema perverso que nada mais fez do que humilhar e ultrajar os negros mundo afora.
Isso é racismo. Racista não é só o cara que é contra casamentos entre brancos e negros, o skinhead que espanca índios na rua ou aquele seu amigo que anda com capuz branco e tocha na mão de noite. Racistas somos todos nós - sim, eu e você inclusos, meu caro leitor - que interiorizamos e perpetuamos esse sistema perverso que nada mais fez do que humilhar e ultrajar os negros mundo afora.
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