24 de ago. de 2012

Sempre cabe mais um(a)

Naquilo que pode ser o início de uma grande revolução ou mais um daqueles casos que esqueceremos em um mês, um relacionamento poligâmico foi reconhecido como união estável em um cartório da pequena cidade de Tupã, no interior de São Paulo. Ok, nunca fui a Tupã e não a conheço, mas estou assumindo que é uma cidade pequena por estar no interior. Se bem que o interior de São Paulo tem umas cidades bem grandes.

Tamanho a parte, a outrora desconhecida cidade mostrou uma vocação para grandeza, encarnada na corajosa ação da tabeliã Claúdia do Nascimento Domingues. Afinal, se aqui no Rio é algo difícil de ser aceito, imaginem em Tupã.

Muitos agora devem estar me tomando por um entusiasta da poligamia. Peço um minuto de leitura antes que começam a falar que eu sou um pervertido, tarado ou coisas do gênero. Eu, particularmente, nunca estive em um relacionamento poligâmico. Confesso sentir, como muitos, um grande estranhamento ao pensar que mais de duas pessoas podem compartilhar a mesma relação ao mesmo tempo. Normal, fui criado numa cultura monogâmica, por pais que tem um casamento estável, cercado de pessoas que vivem em relacionamentos a dois.

Mas o nosso estranhamento não deve servir de parâmetro para os demais. Não acho que seja correto simplesmente dizer, como já ouvi por aí, que é uma orgia e não deve ser tolerada. Ou, pelo menos, não oficializada.

Uma coisa que eu pensei muito quando li essa decisão foi nos muçulmanos. Afinal, como já é sabido, um homem muçulmano pode casar-se com até quatro mulheres ao mesmo tempo, contanto que seja capaz de sustenta-las. Como fica a situação civil deles? Confesso que não sei. Se o marido fosse juiz, por exemplo, como se dividiria a pensão?

Ainda estamos engatinhando nesse campo e acredito que muito deverá ser feito em termos de legislação e jurisprudência para que esta situação seja devidamente regularizada. Mas estamos no caminho certo, e isso é muito importante.

Um comentário: