21 de ago. de 2012

Não é dos carecas que elas gostam mais

Acabo de ser surpreendido com a notícia de que o Serra possui o maior índice de rejeição entre os candidatos a prefeito de São Paulo, com inacreditáveis 38% de... sei lá... ódio eleitoral. O que meio que comprova para todo mundo que ele já morreu para a política.

Mas se já tínhamos uma vaga noção do falecimento do político José Serra, porque exatamente essa notícia seria uma surpresa? Simples: estamos falando de São Paulo.

Para os que não sabem, São Paulo é um tradicional reduto do PSDB, visto por muitos como uma fortaleza inexpugnável. Uma espécie de Morro do Alemão da oposição. E foi justamente essa posição da autodenominada Locomotiva do País que levou o intrépido ex-presidente Lula a se embrenhar na selva de concreto armado apenas com um Haddad, que é um tipo de Dilma piorada, numa heróica tentativa de quebrar o monopólio tucano em São Paulo.

Monopólio este que ameaçada ser quebrado por ninguém menos que o improvável Celso Russomanno, do praticamente inofensivo PRB, do qual eu confesso nunca ter ouvido falar antes. Ele que outrora fora comparado a um cavalo paraguaio, um elefante no alto de um poste e, mais ultrajante ainda, ao Haddad, agora lidera as pesquisas com 31% de intenções de voto e um dos menores índices de rejeição por parte dos eleitores. Ou seja: ele vai crescer.

E crescendo, provavelmente vai enterrar de vez o Serra que, como se sabe, precisa ganhar essa eleição para se manter vivo na política. Na provável hipótese de derrota, ele provavelmente será forçado a se aposentar. Mas o que seria ruim para ele poderia se provar algo excelente para o PSDB, que teria em Aécio Neves nome incontestável para disputar as próximas eleições presidenciais. Livre das disputas internas, o único tucano com envergadura suficiente para vencer a Dilma, teria reais chances de chegar ao Planalto.

Mudando um pouco  foco: não seria lindo se Russomanno e Freixo ganhassem as eleições municipais que disputam? Ver as prefeituras das duas maiores das cidades do país nas mãos de partidos nanicos seria um alívio nos dias de hoje, em que vemos a política monopolizada pelo binômio PT/PSDB (sempre acompanhados do PMDB) e, quem sabe, uma promessa de vôos mais altos em 2014.

4 comentários:

  1. Russomanno prefeito não seria lindo não, cara.

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    1. Sinceramente, o conheço apenas pelas manchetes, então não tenho precisaria pesquisar um pouco mais antes de me aprofundar nesta discussão (fique a vontade para contribuir se quiser). O que posso afirmar com certeza é que se o Russomanno for um candidato ruim, os paulistas estão em péssimos lençóis, uma vez que ele parece ser o único capaz de desbancar o Serra ou o Haddad

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  2. PT x PSDB é o mais próximo de guerra fria que o Brasil conseguiu chegar. Queria ver como seria a adaptação da crise dos mísseis.

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    1. Provavelmente algo do tipo PSDB ameaça lançar Serra como candidato em represália a Haddad. Clima tenso. Sarney decide lançar um novo livro de poemas, tendo como mote a proximidade do fim causa pela Guerra. Ambas as partes capitulam e uma trégua é anunciada. PMDB ganha cargos dos dois partidos.

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